quinta-feira, 31 de julho de 2025

Dados estatísticos da população Brasileira - Censo 2022

Após um longo tempo, a página está voltando a divulgar as postagens desse blog. Espero que você que esteja lendo essa e outras matérias, estejam gostando do conteúdo que está sendo veiculado nesta página.

Contexto Histórico

    No ano de 2022, foi realizado o Censo Demográfico, uma coleta de informações conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse levantamento tem como objetivo reunir dados estatísticos que possam nortear ações do governo brasileiro, especialmente no enfrentamento das desigualdades sociais e regionais.

Inicialmente, o Censo estava previsto para o ano de 2020, pois já haviam se passado dez anos desde o último recenseamento, realizado em 2010. No entanto, o surgimento da pandemia de Covid-19 levou ao adiamento da pesquisa para 2021. Na ocasião, o IBGE já havia contratado cerca de 200 mil recenseadores para a coleta dos dados, que ocorre por meio de visitas às moradias da população residente. São levantadas diversas informações, como renda, composição familiar, gênero, entre outros. Pela primeira vez, também seriam coletados dados sobre pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), representando um marco importante na inclusão dessa população nas estatísticas oficiais do país.

Contudo, o Censo foi novamente adiado, dessa vez devido a cortes no orçamento destinado à sua realização. O Congresso Nacional aprovou uma redução de 96% no valor originalmente previsto, que caiu de R$ 2 bilhões para R$ 71,7 milhões. Posteriormente, após a sanção do orçamento de 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro, o montante foi reduzido ainda mais, chegando a apenas R$ 50 milhões.

A medida gerou críticas por parte de especialistas. Pesquisadores alegaram que a ausência de dados atualizados prejudicaria o direcionamento de políticas públicas, especialmente em áreas mais vulneráveis e fortemente afetadas pela pandemia. Segundo Eduardo Marques, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), “os dados oriundos do recenseamento seriam essenciais para o planejamento de políticas de saúde e de distanciamento social, de otimização dos transportes e de outras maneiras de reduzir o contágio da Covid-19”.

Diante da situação, o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decisão colegiada, determinou a realização do Censo em 2022. O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, argumentou que o adiamento para esse ano mitigaria os riscos de contágio enfrentados pelos recenseadores durante a pandemia, além de ressaltar que a não realização do recenseamento comprometeria a manutenção dos princípios democráticos do país.

Apesar das dificuldades, o Censo foi finalmente realizado. Os recenseadores visitaram cerca de 70 milhões de domicílios em todo o território nacional, abrangendo os 26 estados e o Distrito Federal. A coleta de dados foi feita presencialmente, por telefone e também pela internet, ao longo do segundo semestre de 2022.

População total

    Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o Brasil atingiu a marca de 203 milhões de habitantes, o que representa um crescimento de 6,4% em relação ao Censo de 2010, quando a população era de aproximadamente 190 milhões. Já de acordo com a estimativa de 2024, a população brasileira estaria alcançando 212 milhões de habitantes — um aumento expressivo que reflete a tendência contínua de crescimento demográfico no país.

Logo abaixo, seguem as imagens com os dados populacionais do Brasil:


No caso do Distrito Federal, a população total já ultrapassa os 2,8 milhões de habitantes, aproximando-se da marca dos 3 milhões. O que chama atenção é que, segundo o projeto urbanístico original de Lúcio Costa, o DF foi planejado para abrigar cerca de 500 mil pessoas. No entanto, devido à forte imigração de pessoas vindas de outros estados e ao crescimento urbano desordenado, sem o devido planejamento, a população cresceu de forma acelerada, impondo desafios muito diferentes dos que foram inicialmente previstos.

Já os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais continuam sendo os mais populosos do país, o que faz da Região Sudeste a mais populosa do Brasil. Juntos, esses três estados concentram cerca de 39% da população brasileira.

A Região Centro-Oeste, por sua vez, é a que possui a menor população total, com aproximadamente 16 milhões de habitantes, o que representa 8% da população do país. No entanto, os estados com menor número absoluto de habitantes estão localizados na Região Norte, como Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima.

População rural e urbana


    A população urbana no Brasil atingiu cerca de 87% do total, o que corresponde a aproximadamente 177,5 milhões de habitantes. Esse dado reforça a tendência de crescimento contínuo da população urbana no país. Em comparação com o Censo de 2010, quando o percentual era de 84%, observa-se um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas vivendo em áreas urbanas.

Paralelamente, houve uma queda mais acentuada na população rural, com uma redução de aproximadamente 11%. Essa diminuição foi registrada em todas as regiões do país. Atualmente, cerca de 25 milhões de pessoas vivem em zonas rurais.

Na imagem abaixo, estão disponíveis os dados estatísticos das populações urbanas e rurais por Unidade da Federação.

   

No caso do Distrito Federal, cerca de 2,7 milhões de pessoas vivem em áreas urbanas, o que representa a grande maioria da população, concentrada nas regiões administrativas. Por outro lado, a população rural corresponde a aproximadamente 99 mil habitantes, evidenciando a forte urbanização do território brasiliense.


População por cor e raça

    Na temática de gênero e raça, já é possível observar uma mudança significativa no perfil da população brasileira. Pela primeira vez, desde 1991 (ano em que o IBGE passou a incluir essa variável nos questionários), o número de pessoas que se autodeclaram pardas superou o de pessoas que se autodeclaram brancas. Segundo os dados do Censo de 2022, 45,3% da população se declarou parda, enquanto 43,5% se declarou branca.

O termo "pardo" é utilizado pelo IBGE para designar pessoas de origem mestiça, ou seja, resultado da mistura étnica entre brancos, negros e indígenas.

Ao mesmo tempo, observou-se um crescimento expressivo na autodeclaração de pessoas negras e indígenas, com aumentos de 42,3% e 89%, respectivamente. A população negra chegou a aproximadamente 20,6 milhões de pessoas, enquanto a população indígena alcançou 1,1 milhão de habitantes. Por outro lado, a população que se autodeclara amarela (descendentes de japoneses, chineses, coreanos, entre outros) apresentou uma queda proporcional de 59,2%, passando de 1,1% para 0,4% da população total.

A redução do percentual de pessoas brancas, aliada ao aumento no número de pessoas pardas, negras e indígenas, reflete uma mudança no paradigma da autodeclaração racial no Brasil. Com o avanço da educação e a maior conscientização sobre questões étnico-raciais, muitos brasileiros passaram a reconhecer e afirmar mais claramente sua identidade racial e a cor da pele.

Segundo Leonardo Athias, analista do IBGE:

“Existem muitos fatores que podem influenciar. É um fenômeno multidimensional. A pergunta sobre cor e raça é uma percepção das pessoas sobre elas mesmas. É um processo relacional que tem a ver com contextos socioeconômicos e relações inter-raciais.”

Nas imagens abaixo, estão disponíveis o mapa e os dados estatísticos da população brasileira por cor e raça.




    
No Distrito Federal, cerca de 1,3 milhão de pessoas se autodeclaram pardas, enquanto aproximadamente 1,1 milhão se identificam como brancas. Já as populações que se declaram negras, indígenas e amarelas somam, respectivamente, 300 mil, 5 mil e 12 mil habitantes.


População por gênero

    Na questão biológica, a população brasileira é majoritariamente formada por mulheres. Segundo o Censo, cerca de 104,5 milhões de habitantes são do sexo feminino, enquanto 98,5 milhões são do sexo masculino. Isso significa que há aproximadamente 94 homens para cada 100 mulheres no país.

Vale destacar que esse recorte considera apenas o sexo biológico. Questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero não foram abordadas neste levantamento, pois o IBGE ainda não disponibilizou dados oficiais sobre essas categorias até o momento.

Entre as unidades da federação, Mato Grosso, Roraima, Tocantins e Acre são os estados com maior percentual de homens em relação às mulheres. Já Rio de Janeiro, Pernambuco, Sergipe e o Distrito Federal apresentam os maiores percentuais de mulheres em comparação aos homens.

Numericamente, a diferença entre os dois grupos é de cerca de 6 milhões de pessoas a mais do sexo feminino.

Um dos principais fatores que explicam a menor proporção de homens na população está relacionado à alta taxa de mortalidade masculina. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, 91,4% das mortes violentas intencionais no país tiveram como vítimas homens, enquanto apenas 8,6% foram mulheres.

Nas imagens abaixo, estão os dados estatísticos da população brasileira por sexo biológico.





    


    
 
          
       
    Posteriormente, este blog publicará outros dados relacionados ao Censo 2022, como informações estatísticas sobre religião, pessoas com deficiência, autistas, indígenas, quilombolas, imigração, entre outros.

O recenseamento é fundamental para a população, pois é por meio desses dados oficiais que os governos municipal, estadual e federal poderão adotar políticas públicas eficazes, capazes de melhorar a qualidade de vida da população.

Referências


IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico – Séries Temporais. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-demografico/series-temporais/series-temporais/. Acesso em: 31 jul. 2025.

AGÊNCIA BRASÍLIA. Brasília transforma a infraestrutura urbana para atender aumento da população. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/w/brasilia-transforma-a-infraestrutura-urbana-para-atender-aumento-da-populacao. Acesso em: 31 jul. 2025.

BRASIL DE FATO. STF acata adiamento e determina que governo Bolsonaro realize o Censo em 2022. 14 maio 2021. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2021/05/14/stf-acata-adiamento-e-determina-que-governo-bolsonaro-realize-o-censo-em-2022/. Acesso em: 31 jul. 2025.

JORNAL DA USP. Cancelamento do Censo 2021 deixa o Brasil às cegas em meio à pandemia. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/cancelamento-do-censo-2021-deixa-o-brasil-as-cegas-em-meio-a-pandemia/. Acesso em: 31 jul. 2025.

G1 – Economia. Censo 2022: só quatro estados do Brasil têm mais homens que mulheres; veja ranking. 27 out. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/censo/noticia/2023/10/27/censo-2022-so-quatro-estados-do-brasil-tem-mais-homens-que-mulheres-veja-ranking.ghtml. Acesso em: 31 jul. 2025.

GOV.BR – Secretaria de Comunicação. Pardos são maioria da população brasileira pela primeira vez, indica IBGE. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2023/12/pardos-sao-maioria-da-populacao-brasileira-pela-primeira-vez-indica-ibge. Acesso em: 31 jul. 2025.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS IBGE. Censo 2022: 87% da população brasileira vive em áreas urbanas. 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/41901-censo-2022-87-da-populacao-brasileira-vive-em-areas-urbanas. Acesso em: 31 jul. 2025.

GOV.BR – Secretaria de Comunicação. Censo 2022 indica que o Brasil totaliza 203 milhões de habitantes. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2023/06/censo-2022-indica-que-o-brasil-totaliza-203-milhoes-de-habitantes. Acesso em: 31 jul. 2025.

GOV.BR – Secretaria de Comunicação. População do Brasil chega a 212,6 milhões de habitantes, aponta IBGE. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2024/08/populacao-do-brasil-chega-a-212-6-milhoes-de-habitantes-aponta-ibge. Acesso em: 31 jul. 2025.

IBGE. Coleta do Censo 2022 começará em agosto. 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/novo-portal-destaques/32797-coleta-do-censo-2022-comecara-em-agosto.html. Acesso em: 31 jul. 2025.

        


sábado, 11 de dezembro de 2021

Mapa de distribuição geográfica das equipes brasileiras vencedoras de Libertadores

Estou postando no blog, os mapas de distribuição geográfica das equipes brasileiras que venceram a Libertadores da América.

No último dia 27 de novembro, houve a decisão da Libertadores de 2021, entre Palmeiras x Flamengo. A decisão foi disputada, no Estádio Centenário, na cidade de Montevideo, capital do Uruguai.

Foi a 5ª vez que a final de uma edição de Libertadores, foram entre equipes de um mesmo país. Das 5 vezes em que a final foi caseira, quatro foram entre equipes brasileiras (São Paulo x Athletico Paranaense, em 2005; Internacional x São Paulo, em 2006; e Palmeiras x Santos, em 2020) e uma foi entre equipes argentinas (River Plate x Boca Juniors, em 2018).

E com mais uma final caseira, o Brasil ganhou a sua 21ª libertadores, assim, diminuiu a distância do número de conquistas do futebol argentino, que são de 25 títulos, e com isso, mantiveram a hegemonia em conquistas de Libertadores.

Na decisão, o Palmeiras venceu o Flamengo, por 2x1, na prorrogação, com gols de Raphael Veiga e Deyverson, e o Gabriel Barbosa (conhecido como Gabigol), fez o gol do Flamengo. E com isso, o Palmeiras se tornou tricampeão de Libertadores, igualando as equipes do São Paulo, do Santos e do Grêmio, além do Nacional (Uruguai) e do Olímpia (Paraguai), todos com 3 conquistas de Libertadores. Na imagem abaixo, os mapas de distribuição geográfica das equipes campeãs de Libertadores.






O Palmeiras quebrou um tabu que durava 20 anos, de ser mais uma equipe a conquistar um bicampeonato consecutivo, se igualando as equipes do Peñarol-URU (1960 e 1961), Santos-BRA (1962 e 1963), Independiente-ARG (1964 e 1965), Boca Juniors-ARG (1977-1978 e 2000-2001) e São Paulo-BRA (1992 e 1993). E assim, o Palmeiras entrou em um grupo seleto das equipes bicampeãs consecutivas.

Com a perda do título, a equipe do Flamengo amargou o seu primeiro vice-campeonato da competição, algo que não havia ocorrido anteriormente. Caso a equipe tivesse levado a conquista, seria a primeira equipe brasileira a ganhar um tricampeonato, com 100% de aproveitamento em finais de Libertadores. Na imagem abaixo, a tabela com a relação das equipes brasileiras campeãs de Libertadores.



Com a conquista do Palmeiras, o futebol brasileiro consolidou a hegemonia recente em conquistas de Libertadores, pois entre 2010 e 2021, o Brasil levou 8 títulos de Libertadores, e com isso manteve o recente domínio em conquistas de Libertadores. No mesmo ano, o futebol brasileiro levou a Copa Sul-Americana, quando a equipe do Athletico Paranaense venceu a equipe do Red Bull Bragantino, por 1x0. E assim, o futebol do Brasil esteve presente nas duas principais competições da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), o que ocorreu pela primeira vez, desde quando a Copa Sul-americana passou a ser disputada, onde um mesmo país, teve duas equipes nas decisões dos dois principais torneios do futebol sul-americano.

Na imagem abaixo, as referencias bibliográficas do trabalho.



quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Mapa de distribuição geográfica das equipes brasileiras que foram finalistas de Libertadores

 Estou postando no Blog, mapas de distribuição geográfica das equipes brasileiras, que já disputaram decisões de Libertadores da América.

Nessa página, será publicada, um histórico das equipes brasileiras, que já jogaram a decisão de Libertadores.

A primeira edição da Libertadores, ocorreu no ano de 1960 e o torneio recebeu esse nome, em homenagem aos nomes dos heróis da independência dos países Sul-americanos, como Dom Pedro I, Simón Bolívar, José de San Martin, Bernardo O'Higgins, Antonio José de Sucre, entre outros [1] [2].

Embora o Bahia tivesse sido o primeiro representante do futebol brasileiro, no ano de 1960, o Palmeiras foi a primeira equipe brasileira a disputar uma decisão de Libertadores, no ano de 1961. Porém, o time perdeu a decisão para o Peñarol-URU, que era o atual campeão naquele tempo.

Em 1962, o time do Santos FC, se tornou a primeira equipe brasileira a ganhar a Taça Libertadores, ao derrotar a equipe do Peñarol na decisão do torneio. A agremiação acabou faturando novamente o torneio em 1963, ao derrotar o time do Boca Juniors-ARG.

Fazendo esse breve histórico do primeira equipe brasileira finalista e do primeiro time brasileiro campeão de Libertadores, falaremos dos times brasileiros que já decidiram a libertadores.

O Brasil já teve 13 equipes disputando o título. Com isso, as equipes brasileiras estiveram na final, por 38 vezes, e assim, os times tupiniquins levaram a Libertadores por 20 vezes, sendo que a final de 2021 será a 21ª conquista de uma equipe brasileira, pois a final será entre Palmeiras x Flamengo. E assim, o futebol brasileiro acabará diminuindo a vantagem em relação ao futebol argentino, que é o maior vencedor do torneio, com 25 conquistas.  As imagens abaixo, mostram os mapas de localização das equipes que já foram finalistas de Libertadores.







Dessas 13 equipes, 10 conquistaram o título: São Paulo, Santos, Grêmio, Cruzeiro, Internacional, Palmeiras, Flamengo, Vasco, Corinthians e Atlético-MG. As outras três equipes, foram somente vice-campeãs: São Caetano, Athletico-PR e Fluminense.

Em 2021, o Brasil levará mais uma conquista de Libertadores, pois Palmeiras e Flamengo, decidirão o torneio de forma inédita, pois nunca havia tido um confronto entre eles numa final do principal torneio sul-americano.

Tanto o Palmeiras como o Flamengo, tem ganhado títulos importantes nos últimos 10 anos e devido ao protagonismo de ambas as equipes nas conquistas, o duelo passou a ter uma grande expectativa, para que a decisão possa ser uma boa partida, independentemente de quem sairá vencedor do torneio.

O Palmeiras faturou as conquistas da Copa do Brasil, nos anos de 2012, 2015 e 2020; o Paulista em 2020; o Brasileiro, nos anos de 2016 e 2018, e a Libertadores de 2020. Além das conquistas, o Palmeiras foi finalista do Paulista em 2015, 2018 e 2021; foi vice-campeão brasileiro em 2017 e terceiro colocado na edição de 2019, além dos vice-campeonatos da Recopa Sul Americana de 2021 e da Supercopa do Brasil, no mesmo ano, além da 4ª colocação no Mundial de Clubes da FIFA, em 2020.

O Flamengo conquistou a Copa do Brasil em 2013; os Cariocas de 2011, 2014, 2017, 2019, 2020 e 2021; os Brasileiros de 2019 e 2020; a Libertadores de 2019; a Recopa Sul Americana de 2020; e a Supercopa do Brasil de 2020 e 2021. A equipe carioca foi vice-campeã do Mundial de Clubes FIFA de 2019; vice-campeão brasileiro em 2018 e terceiro colocado, na edição de 2016.

Ambas as equipes são bicampeãs da Libertadores e quem levar o confronto, se tornará tricampeão do torneio, assim, se igualando a São Paulo, Santos e Grêmio, que são as agremiações que levantaram o torneio por três vezes. Na tabela abaixo, a relação das equipes finalistas do torneio.


Com isso, Palmeiras e Flamengo, estarão mais uma vez, em uma decisão de Libertadores. O Palmeiras está indo para a final, pela sexta vez (igualando o recorde do São Paulo FC). Com isso, a equipe poderá se tornar tricampeã e equilibrar o número de conquistas e de vice-campeonatos, que são três. Porém, o Flamengo estará jogando a decisão pela terceira vez, e se ganhar, poderá manter o aproveitamento de 100% nas decisões de Libertadores e poderá ser a única equipe a ganhar o tricampeonato, sem ter perdido uma decisão.

Será a quinta vez que a Libertadores terá uma final caseira, sendo a quarta vez, que o certame será decidido por times brasileiros. A primeira final caseira foi em 2005, quando o São Paulo venceu o Athletico Paranaense; a segunda decisão envolvendo times do mesmo país, foi em 2006, quando o Internacional venceu o São Paulo, que havia vencido a edição anterior do certame; em 2018, a final foi argentina, onde as equipes do Boca Juniors e do River Plate se enfrentaram, sendo a primeira vez que a decisão envolveu times de uma mesma cidade, que no caso, foi Buenos Aires. Na decisão, o River Plate venceu o seu maior rival, sendo que nessa edição, foi a ultima vez, que a final foi disputada em ida e volta, pois a partir de 2019, as finais da Libertadores passaram a ser em jogo único e em um campo neutro, que já é definido antes da final. E em 2020, o Palmeiras venceu a equipe do Santos (primeira decisão envolvendo times do mesmo estado), no Maracanã, local que sediou a decisão do ano passado (realizada em janeiro de 2021, devido ao cenário da pandemia da Covid-19). 

A decisão deste ano, acontecerá em Montevideo, capital do Uruguai, no Estádio Centenário, que é um local bastante conhecido, por ter sediado a primeira final de uma Copa do Mundo, que ocorreu no Uruguai, onde a seleção uruguaia bateu os argentinos na decisão

A edição de 2021 entrou para a história do torneio, pois será a primeira vez que os dois últimos campões da competição sul-americana, decidirão o campeonato. Caso o Palmeiras leve o torneio, a equipe pode igualar o Peñarol-URU (1960 e 1961), Santos (1962 e 1963), Independiente-ARG (1964 e 1965), Boca Juniors (1977-1978 e 2000-2001) e São Paulo (1992 e 1993), que conseguiram o feito de conquistar o torneio por duas vezes consecutivas. O recordista de conquistas consecutivas de Libertadores, é o Independiente-ARG, que levou o torneio por quatro vezes consecutivas (1972, 1973, 1974 e 1975).

A edição deste ano já tinha entrado para a história, pelo fato do futebol brasileiro ter batido o recorde de quantidade de semifinalistas de Libertadores, em uma única edição. O Brasil teve 3 representantes nas semifinais, que foram o Flamengo, o Palmeiras e o Atlético-MG. Essa façanha, mostra que o futebol brasileiro está em ascensão e o que chama atenção é que essas três agremiações, são as que mais investiram em montagem de elenco e foram consideradas as favoritas ao título.

O futebol brasileiro decidiu em 2021, o título da Copa Sul-americana, o que foi um feito inédito, pois até então, nenhum pais sul-americano havia tido uma final caseira nos dois principais torneios. Na Sul-americana, a decisão foi entre o Athletico Paranaense e o Red Bull Bragantino, em Montevideo, e no mesmo local em que ocorrerá a final da Libertadores. Na ocasião, a equipe do Athletico venceu o RB Bragantino, por 1x0. E assim, faturou o bicampeonato da competição [3]. E assim, a final da Recopa Sul-americana de 2022 será entre equipes brasileiras, pois este torneio é realizado entre as equipes vencedoras da Libertadores e da Sul-americana do ano anterior.

Com isso, é perceptível que nos torneios continentais de clubes, o futebol brasileiro tem se destacado com conquistas, principalmente em Libertadores, onde nas duas últimas edições, as equipes brasileiras tem faturado as conquistas da Libertadores, o que evidencia o bom momento do futebol tupiniquim. 

Na imagem abaixo, as referências do trabalho, onde foram feitas as pesquisas para a realização do trabalho de postagem.




quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Mapa de distribuição geográfica do resultado das eleições presidenciais de 2018 por Unidade da Federação

 Encerrando a série de postagens sobre as eleições presidenciais, estou postando neste blog, os mapas de distribuição geográfica do resultados das eleições presidenciais de 2018, que até o momento, foi o último pleito presidencial.

Antes de começarmos a falar das eleições de 2018, faremos uma contextualização do que ocorreu antes do pleito presidencial e dos desdobramentos que foram se desenhando, após os acontecimentos.

Embora o Brasil já estivesse inserido em um cenário de instabilidade política, o auge da desestabilização do governo Dilma Rousseff, começou ainda em 2014, logo após as eleições presidenciais. No dia 26 de outubro daquele ano, Dilma Rousseff (PT) havia derrotado o então senador mineiro Aécio Neves (PSDB), por uma pequena diferença de votos, o que foi a menor diferença percentual na história das eleições, desde a redemocratização, algo que não havia ocorrido nos pleitos anteriores.

Devido ao resultado, apoiadores de Aécio Neves passaram a contestar a vitória da presidente Dilma e com isso, começaram a endossar a campanha de impeachment da então presidente da república. Ao mesmo tempo, o candidato derrotado Aécio Neves (PSDB) passou a endossar a campanha de impeachment, que havia começado com os seus apoiadores e juntamente com outros nomes da oposição aos governos do PT, passaram a contestar o resultados das eleições de 2014, alegando a eleição foi fraudada e passou a difundir a teoria de que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas e que o pleito não havia tido uma disputa limpa.

Com todos esses ingredientes, a oposição passou a convocar protestos contra o governo Dilma e passou a falar do escândalo de corrupção, que havia sido deflagrado pela Operação Lava-Jato. Ao mesmo tempo, o PSDB entrou com um pedido de autoria, no Superior Tribunal Eleitoral (TSE), para avaliar uma possível adulteração dos dados eleitorais, que poderiam ter contribuído para a vitória de Dilma, além de terem entrado com o processo de cassação da chapa Dilma-Temer, por acusação de que a candidatura teria sido financiada com dinheiro público. Em 2017, o TSE rejeitou, por 4 votos a 3, a cassação da chapa Dilma-Temer, pois a maioria dos ministros que votaram a favor, entenderam que não houve abuso de poder econômico e com isso, tanto Dilma tanto Temer puderam preservar os seus direitos políticos [1]. Já em relação a auditoria da urna eletrônica, o PSDB não apontou evidências de adulteração dos dados eleitorais, e assim, não conseguiram provar que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas. Hoje em dia, alguns membros do partido admitiram que essa história foi levantada para gerar tumulto no ambiente político.

Apesar disso, Dilma Rousseff toma posse, no dia 1º de Janeiro de 2015, e durante discurso proferido no Congresso Nacional, a presidente afirmou que continuaria com combate as desigualdades sociais e que iria intensificar o combate a corrupção [2]. Para corrigir os problemas na parte econômica (que foi uma das áreas que puxava a instabilidade política), a então presidente nomeou o economista Joaquim Levy, para assumir o Ministério da Fazenda. 

No dia 1º de Fevereiro de 2015, a Câmara dos Deputados, elegeu o então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como presidente da Casa, já no primeiro turno. Eduardo Cunha teve 267 votos, contra 136 de Arlindo Chinaglia (PT-SP); de 100 votos de Júlio Delgado (PSB-MG); e de 4 votos de Chico Alencar (PSOL-RJ), além de 2 votos brancos. Cunha prometeu que a Câmara dos Deputados agiria de forma "independente", que em tese, significaria que o Câmara não iria apoiar totalmente o governo federal [3].

Ao longo de 2015, algumas entidades como o Movimento Brasil Livre (MBL), Vem pra Rua e Revoltados Online, passaram a convocar protestos na rua contra o governo Dilma, e as bandeiras foram o combate a corrupção, o impeachment da Dilma, e até mesmo as pautas que são caras ao conservadorismo, como a Escola Sem Partido (projeto que prometia acabar com o suposto posicionamento político dos professores), a intervenção militar etc.

No mesmo ano, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no Supremo Tribunal Federal, pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos suspeitos de corrupção na Petrobrás. Boa parte dos envolvidos, eram políticos da base do governo Dilma, principalmente os que pertenciam aos quadros das legendas do Centrão. No dia 15 de abril, o então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, foi preso pela Operação Lava-Jato, acusado de ter recebido propina no esquema de corrupção da Petrobrás. No dia 3 de agosto, o Ex-Ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT), foi preso por suspeita de ter cometido crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

No dia 17 de Junho, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), fez uma delação premiada, em que acusa o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da câmara dos deputados, de ter pedido propina de US$ 5 Milhões, para para viabilizar contratos na Petrobrás. Cunha negou as acusações, e afirmou que Delgado estava sendo obrigado a mentir [4]. No dia 20 de agosto, Eduardo Cunha foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), pelo suposto envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobrás

Um mês depois, no dia 17 de julho, Eduardo cunha rompe com o governo Dilma e passa a ser oposição. Cunha acusa o Planalto de ter tramado, em conjunto com a PGR, para incriminá-lo na Operação Lava-Jato [5].

A partir desse momento, as relações entre o Planalto e a Câmara começaram a ficar caóticas e a partir daquele momento, as coisas começaram a se encaminhar para um desfecho mais negativo, entre Dilma e Eduardo Cunha.

No dia 6 de agosto, o governo Dilma registra o maior taxa de rejeição do seu mandato, que foi de 71%. Fatores como as instabilidades política e econômica, e a atuação da Lava-Jato foram fatores que podem ter desencadeado esse alto índice de rejeição. O índice supera os 68% de rejeição do Governo Collor, em 1992.

No dia 7 de outubro, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou ao Congresso Nacional, a reprovação das contas do governo federal em 2014, por suspeita de ter tido a prática das "pedaladas fiscais", onde as irregularidades somaram cerca de R$ 106 bilhões, sendo que R$ 40 bilhões foram em "pedaladas fiscais". O Executivo negou a existência de irregularidades e afirmou que as pedaladas já foram praticadas por outros governos [6].

Cerca de duas semanas depois, membros da oposição, por meio de juristas como Miguel Reale Jr e Hélio Bicudo, entregaram um pedido formal de impeachment de Dilma Rousseff, e foi incluso no relatório, a acusação de que o governo teria adotado as "pedaladas fiscais" [7].

Ao mesmo tempo, no dia 3 de novembro, a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, instaurou um processo de investigação contra Eduardo Cunha, por quebra de decoro parlamentar, por ter declarado que não tinha contas bancárias na Suíça. No dia 02 de dezembro, a bancada de deputados federais do PT decide votar pela continuidade do processo de cassação do deputado Eduardo Cunha. E como retaliação, Cunha autoriza a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

O ano de 2016 começa bastante movimentado na política, principalmente, pelo fato do processo de impeachment ter avançado, como a criação das comissões e a definição do rito de impeachment, por parte do STF. No dia 04 de março de 2016, o Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de coerção coercitiva da Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava-Jato, onde Lula teve que prestar depoimento sobre a relação dele com as empreiteiras que foram denunciadas por corrupção na Petrobrás. O fato gerou protestos, por parte dos apoiadores do PT, principalmente pela forma em que a condução coercitiva havia sido aplicada.

No dia 16 de março, Dilma Rousseff nomeia Lula para assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. A medida gerou protestos por parte da oposição, que alegou que a nomeação serviria para evitar que o Lula continuasse sendo julgado na primeira instância, pois com a nomeação, o ex-presidente teria o direito ao foro privilegiado, o que faria que o processo fosse transferido ao STF. No dia 17 de março, um juiz de primeira instância concede uma liminar que suspendia a nomeação de Lula. Por fim, no dia 18, o Ministro do STF Gilmar Mendes, em uma decisão monocrática, suspende a nomeação de Lula para o cargo de Ministro-chefe da Casa Civil.

Ainda no dia 16 de março, o então juiz federal Sérgio Moro, divulgou uma série de gravações feitas pela Polícia Federal entre os dias 17/02 e 16/03. Entre esses gravações, estavam os áudios, em que havia um diálogo entre Lula e Dilma, que foram grampeados pelo Moro, que ao mesmo tempo, determinou o fim das escutas telefônicas do ex-presidente. A medida gerou repercussão na imprensa e críticas por parte de aliados do governo Dilma, alegando que o grampo telefônico foi realizado de forma ilegal.

No dia 28 de março, a Organização dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou um novo pedido de impeachment de Dilma Rousseff. No dia seguinte, o PMDB anunciou o rompimento com o governo de Dilma, com isso, o Vice-Presidente Michel Temer passou a fazer parte da oposição ao governo.

No dia 17 de abril de 2016, os deputados se reuniram no plenário, para decidir sobre o prosseguimento do processo de impeachment. Por 367 votos a favor, 137 contra, com 7 abstenções e 2 deputados ausentes, a Câmara federal aprovou o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff [8]. Com isso, o processo foi para o Senado Federal, que no dia 12 de maio, fez a votação para que o processo fosse aberto. Por 55 votos a 22, os senadores decidiram pela abertura do processo de impeachment. Por causa do resultado da votação, Dilma Rousseff foi afastada do cargo de presidente, por 180 dias. Devido a essa situação, Michel Temer (PMDB) assume o mandato, de forma interina [9].

No primeiro ato como presidente em exercício, Michel Temer começou uma reforma ministerial, onde ele procurou acomodar a base aliada, além de partidos que eram da oposição ao governo Dilma, como o PSDB, o Democratas e o PPS. As nomeações geraram polêmica, principalmente, pelo fato de Temer ter nomeado políticos como Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Romero Jucá (Planejamento) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), que estavam sendo investigados por corrupção, além do fato de Temer ter privilegiado homens de maioria branca, não nomeando mulheres e pessoas negras, no primeiro momento.

Ao mesmo tempo, Temer extinguiu algumas pastas, como os ministérios da Cultura, das Comunicações, do Desenvolvimento agrário, etc. Devido a esses e outros atos, o presidente Temer começa a enfrentar criticas por parte da opinião pública e dos aliados de Dilma Rousseff, e por causa disso, os protestos ficaram conhecidos como "Fora Temer". Devido a isso, Temer se tornou um presidente impopular.

No dia 31 de agosto, o Senado Federal se reuniu novamente para decidir se Dilma Rousseff  perderia o mandato. Os senadores decidiram por 61 votos a 20, que Dilma Rousseff iria sofrer o impeachment, por crime de responsabilidade fiscal. Com isso, Dilma perde o mandato de presidente da república e com isso, foi a segunda vez que um (a) presidente perdeu o mandato, por meio desse mecanismo. O primeiro, havia sido Fernando Collor de Mello, em 1992. E assim, Michel Temer assumiu de forma definitiva, a presidência do Brasil, e tomou posse, logo após o processo de votação. Apesar de Dilma ter perdido o mandato, os senadores haviam decido por 42 votos a 36, com 3 abstenções, de que Dilma ficaria inelegível, mas como o número de votos foi abaixo de 54 (quórum mínimo para aprovar a perda dos direitos políticos), Dilma não ficou inelegível, e devido a isso, ela ficou liberada para assumir funções públicas e se candidatar a cargos políticos.

Embora o impeachment tenha sido celebrado por boa parte dos aliados do Temer e pela imprensa, o processo é alvo de controvérsias até hoje, principalmente pelo contexto em que ocorreu a situação. Membros do PT e seus aliados, além do Ex-presidente Lula, alegam que Dilma Rousseff foi alvo de um golpe parlamentar, principalmente pela argumentação de que Dilma não havia cometido crime algum que pudesse justificar o processo de impeachment. Alguns aliados acreditam que Dilma perdeu o mandato, por não ter aceitado as negociações com o Centrão, pois o bloco queria mais cargos nos ministérios, em troca de apoio político, mas Dilma não aceitava dialogar com as legendas que fazem parte do Centrão, por acreditar que a negociação era a abertura para a prática da corrupção.

No dia 12 de setembro, a Câmara se reuniu para votar a cassação de Eduardo Cunha, que já havia deixado a presidência da Casa. Por 450 votos a 10, os deputados decidiram pela cassação de Eduardo Cunha, que perdeu o mandato de deputado federal e ficou inelegível até o ano de 2027. Cunha alegou que foi alvo de "vingança política" [11]. No dia 19 de outubro, Eduardo Cunha foi preso pela Polícia Federal, acusado de ter participado dos escândalos de corrupção na Petrobrás.

Em dezembro de 2016, Senado Federal aprovou  PEC do "Teto de Gastos", que aprovou o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, em relação aos gastos primários. O governo alegou que a medida era necessária, para conter o rombo nas contas públicas. Mas a oposição criticou a medida, alegando que o congelamento dos gastos, poderia comprometer os investimentos em áreas que são essenciais para o crescimento do país, como a educação e a saúde.

Em 2017, estourou um dos primeiros escândalos que abalou o governo Temer. No dia 17 de maio, o jornal O Globo fez uma reportagem, na qual, foi divulgada uma gravação telefônica em que Joesley Batista, um dos donos da frigorifica JBS, teria pago propina para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha, e Temer teria supostamente endossado o suposto pagamento de propina [12]. O escândalo acabou tendo uma forte repercussão na opinião pública e no ambiente político. No dia 26 de junho, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot denunciou Temer por corrupção passiva. Mas em outubro daquele ano, a Câmara rejeitou o processo de indiciamento do então presidente e com isso, salvou o seu mandato.

Em julho do mesmo ano, foi aprovado uma PEC da reforma trabalhista, que alterou a legislação da Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT). A medida dividiu opiniões, pois uma parte de economistas e empresários concordaram com a nova lei, principalmente porque facilitaria as relações de trabalho e das obrigações trabalhistas, mas uma parte foi contra, principalmente os sindicalistas e políticos da oposição, por terem apontado que a medida, causaria uma flexibilização nos direitos trabalhistas.

No mesmo mês, em Curitiba, o Ex-presidente Lula foi julgado em primeira instância, no processo que envolvia a compra de um triplex, na cidade de Guarujá-SP. Ao final do julgamento, Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foi a primeira vez que um ex-presidente da república havia sido condenado por um crime comum. Por ter sido uma condenação em primeira instância, Lula recorreu em liberdade [13]. O ex-presidente já tinha sido denunciado por corrupção em casos que envolveram o Instituto Lula e na aquisição de um sítio, no município de Atibaia-SP. 

No dia 24 de janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), julgou um recurso da defesa do ex-presidente Lula, pedindo a absolvição do político petista. Por unanimidade, os três desembargadores decidiram por manter a condenação do ex-presidente e elevou a pena para 12 anos e 1 mês de prisão. Com isso, Lula já corria o risco de ter a sua prisão decretada pela justiça, embora houvesse a possibilidade da reversão do julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF) [14].

No dia 5 de abril, o juiz federal Sérgio Moro, emitiu o mandado de prisão contra Lula, prevendo o cumprimento da pena, pelo crime de corrupção na aquisição de um triplex, em Guarujá-SP. Isso só foi possível, porque o STF, em decisão no colegiado, negou um pedido de habeas corpus ao Lula. Dois dias depois, o ex-presidente se entrega, e é detido pela Polícia Federal, em São Bernardo do Campo-SP, e de lá, foi transferido para uma carceragem da PF, em Curitiba-PR. Lula passou 580 dias na prisão, ficando na carceragem da PF, até o dia 9 de novembro de 2019, quando a defesa conseguiu um habeas corpus, que determinou a soltura do ex-presidente, baseado na mudança de interpretação no STF, que decidiu, em uma votação no plenário, por derrubar a possibilidade de prisão para condenados em 2ª instância. Em 2021, os processos contra o ex-presidente, foram anulados pelo STF, em decorrência da suspeição de Sérgio Moro, por causa da sua parcialidade nos julgamentos da Operação Lava-Jato.

Com isso, as eleições de 2018 começaram com o seguinte cenário: devido ao contexto político daquele período, o antipetismo começou a ficar forte no cenário da política, além da própria demonização da atividade política, que foi provocada pelo contexto daquele tempo.

Ao mesmo tempo, crescia a onda do conservadorismo no Brasil, pois devido a insatisfação da classe média com a economia, foram surgindo movimentos que passaram a difundir o pensamento do conservadorismo na sociedade. Embora o Brasil tem a suas raízes no conservadorismo, devido ao contexto histórico, o movimento conservador passou a emergir com mais força no cenário político e ao mesmo tempo, passou a abarcar o segmento religioso e as pautas que lhes são caras.

Pautas como a descriminalização do aborto, a agenda feminista, a pauta LGBTQIA+ e as ações antirracismo, passaram a ser bastante questionadas e atacadas pelo segmento religioso e conservador. Eles alegavam que as pautas, como do feminismo e dos LGBTs, causariam a destruição da "família tradicional", que é a composição padrão que a sociedade se habituou a viver. Ao mesmo tempo, houve a propagação de uma narrativa, que divulgava o risco do Brasil se tornar um país comunista, e o discurso era de que, se não tirassem o PT do poder, o país "se tornaria uma Venezuela" (país governado pela esquerda, mas que sofre questionamentos, por suspeitas de aplicar práticas autoritárias).

Com isso, surgiu a figura do então deputado federal Jair Bolsonaro. Defensor da ditadura militar, Bolsonaro passou a prometer que faria a intervenção militar, acenou para a possibilidade de criminalizar a prática do aborto no Brasil, de flexibilizar o acesso a armas de fogo, de defender o fim da CLT e de promover a agenda liberal na economia. Ao mesmo tempo, passou a propagar a ideia de que não tinha envolvimento com a política e que iria revolucionar o segmento político. O que chama atenção, é que Bolsonaro passou 28 anos como deputado federal e cerca de 30 anos na vida pública, ou seja, podemos chegar a conclusão de que o Bolsonaro não tinha os requisitos para fazer uma "nova política".

No dia 22 de maio de 2018, Michel Temer confirmou que não iria se candidatar a um novo mandato, e com isso, se tornou o primeiro presidente da república a não se candidatar a uma reeleição, desde de quando foi aprovada a possibilidade de uma tentativa de um segundo mandato consecutivo, em 1997. 

No fim de 2018, o governo Temer teve um índice de rejeição de 74% e de aprovação de 5%, sendo considerado o governo mais impopular, desde a redemocratização. Fatores como a inflação alta, o índice de desemprego alto e o envolvimento em escândalos de corrupção, arranharam a imagem de Michel Temer.

Com tudo isso, Temer passou a apoiar a pré-candidatura de Henrique Meirelles (MDB), Ex-Ministro da Fazenda de seu governo. No dia 2 de agosto, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), lançou a candidatura de Meirelles a presidência da república, com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (MDB), sendo escolhido para ser o candidato a vice-presidente, assim, se configurando uma chapa "puro sangue".

Antes, no dia 20 de julho, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), lançou a candidatura de Ciro Gomes, que se candidatava ao cargo de presidente, pela terceira vez e voltou a concorrer a presidência da república, depois de 16 anos, sendo que a última vez em que havia se candidatado ao cargo, havia sido em 2002. Ciro escolheu a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), como sua candidata a vice-presidência.

No dia 22 de julho, o Partido Social Liberal (PSL), lançou a candidatura do então deputado federal, Jair Bolsonaro, que escolheu o General Hamilton Mourão (PRTB), como o seu candidato a vice-presidente, e com isso, a chapa passou a ser composta por militares, já que Bolsonaro é um capitão da reserva do Exercito.

No dia 4 de agosto, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) lançou a candidatura do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que se candidatava pela segunda vez ao cargo de presidente. A sua candidatura teve o apoio dos partidos do "Centrão", o que deu direito um "tempo de TV" maior, em comparação a outros candidatos. Alckmin escolheu a então senadora Ana Amélia (PP-RS), como sua candidata a vice-presidente.

No mesmo dia, o Partido dos Trabalhadores (PT) lançou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a presidência da república. Seria a sexta vez que Lula se candidataria ao cargo de presidente, sendo que ele poderia tentar um terceiro mandato na presidência do país. A coligação escolheu o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), como o seu candidato a vice-presidente. Porém, no dia 1º de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por 6 votos a 1, negou o registro de candidatura de Lula, com a argumentação de que ex-presidente foi barrado pela Lei do Ficha Limpa, por ter sido condenado em segunda instância. Com isso, no dia 11 do mesmo mês, a coligação lançou o nome de Fernando Haddad, como o cabeça de chapa, e escolheu a então deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D'ávila (PCdoB), como candidata a vice-presidente.

As eleições presidenciais tiveram 13 candidaturas, sendo a segunda eleição que teve o maior número de candidatos, perdendo somente para as eleições presidenciais de 1989, que teve 22 candidaturas, naquele pleito.

Os principais candidatos foram: Jair Bolsonaro (PSL), então deputado federal pelo estado do Rio do Janeiro e capitão da reserva do Exercito; Fernando Haddad (PT), ex-ministro da educação nos governos Lula e Dilma e ex-prefeito de São Paulo; Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará, ex-deputado federal, ex-ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula, e que voltou a se candidatar ao cargo de presidente, depois 16 anos; Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo por 4 mandatos e que se candidatava pela segunda vez ao cargo de presidente, sendo que a primeira tentativa, havia sido em 2006; Henrique Meirelles (MDB), ex-presidente do Banco Central no governo Lula e ex-ministro da Fazenda no governo Temer; Alvaro Dias (Podemos), Senador pelo estado do Paraná; Marina Silva (Rede Sustentabilidade), ex-senadora pelo estado do Acre, ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula e que se candidatava pela terceira vez consecutiva; Cabo Daciolo (Patriota), então deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, e ex-militar do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ); e Guilherme Boulos (PSOL), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto de São Paulo (MTST-SP).

As eleições começaram com o surgimento de algumas figuras, que começaram a se destacar nos debates. Primeiramente, surgiu a figura do Cabo Daciolo, que veio com um discurso, que procurou atrair o eleitorado protestante, principalmente com falas que citavam o nome de Deus e dos versículos da bíblia, e que abarcava o discurso nacionalista. Essa postura, passou a atrair o eleitorado religioso, que não votaria em Jair Bolsonaro.

Outra figura que surgiu nos debates, foi o líder o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Guilherme Boulos (PSOL), que passou a criticar os candidatos que tinham apoiado o governo Temer em algumas pautas que o governo ganhou no Congresso, inclusive utilizou a expressão "50 tons de Temer", ao se referir a candidatos que em algum momento, apoiaram os projetos do então presidente Temer.

No dia 6 de setembro, Jair Bolsonaro sofre um atentado, na cidade de Juiz de Fora-MG. Ao ser carregado por apoiadores, Bolsonaro levou uma facada na região do abdômen, sendo levado a um hospital da região. O autor da facada foi preso, por ter cometido a tentativa de homicídio. Bolsonaro fez uma cirurgia de emergência, para estancar a hemorragia e passou a usar uma bolsa de colostomia, para a recuperação da região, que havia sido atingida pela facada. Em 2021, o Jornalista Joaquim de Carvalho, do site Brasil 247, lançou um documentário, que levantou a suspeita de que a facada foi uma espécie de "auto-atentado", para promover a candidatura de Bolsonaro. A versão passou a ser difundida, por membros da oposição ao atual governo.

Com isso, Bolsonaro só compareceu a dois debates, na Band e na Redetv, antes do atentado. Após o ataque sofrido em Juiz de Fora-MG, Bolsonaro não compareceu aos demais debates, por recomendação dos médicos, para preservar a sua saúde.

Com a possibilidade real de vitória do Bolsonaro, movimentos sociais e sindicatos passaram a fazer protestos contra o candidato Bolsonaro. O movimento "Ele não" teve uma forte adesão desses movimentos e entidades, que apontavam um possível retrocesso, em caso de vitória de Jair Bolsonaro.

No primeiro turno, o candidato Bolsonaro (PSL) terminou na frente com 46,03% dos votos; o candidato Fernando Haddad (PT) ficou em segundo lugar com 29,28% dos votos; Ciro Gomes (PDT) ficou em terceiro lugar, com 12,47% dos votos; e Geraldo Alckmin (PSDB), ficou com a quarta colocação, com 4,76% dos votos. Bolsonaro venceu em 16 estados e no Distrito Federal; Haddad venceu em 9 estados e Ciro Gomes venceu apenas no Ceará (algo que havia ocorrido nas duas eleições anteriores que disputou, nos anos de 1998 e 2002). Bolsonaro bateu o recorde de votação em uma disputa de primeiro turno das eleições presidenciais, com cerca de 49 milhões de votos, superando o recorde que pertencia a Dilma Rousseff, que tinha recebido cerca de 47 milhões de votos, em 2010. As imagens abaixo, mostram o mapa de distribuição geográfica do resultado do primeiro turno e a tabela com o resultado da votação.


Com isso, ocorreram algumas surpresas com o resultado eleitoral. A primeira, foi o resultado surpreendente dos candidatos João Amoêdo (Novo) e Cabo Daciolo (Patriota), que ficaram respectivamente, na quinta e sexta posição, superando nomes como Marina Silva (REDE), Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos), que tiveram um desempenho abaixo do esperado, principalmente pela bagagem que eles tem na política.

Nessa eleição, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), teve um desempenho pífio na votação, ficando apenas na quarta colocação. Foi o pior desempenho do PSDB em uma eleição presidencial, desde 1989, e com isso, o partido ficou de fora de uma disputa de segundo turno, pela primeira vez, desde 2002, ano em que havia estreado em disputas de 2º turno. A única vez que o partido havia ficado de fora de um 2º turno, havia sido em 1989, quando o candidato Mario Covas havia ficado na 4ª colocação. O partido havia ganho as eleições de 1994 e 1998, com o Fernando Henrique Cardoso; e chegou ao segundo entre 2002 e 2014, quando os candidatos José Serra (2002 e 2010), Geraldo Alckmin (2006) e Aécio Neves (2014) haviam levado o PSDB a disputas de 2º turno.

Com isso, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) passaram para o segundo turno, e com o resultado da apuração, o PT se tornou o único partido a ter disputado o 2º turno em todas as eleições que chegaram a essa fase, com isso, o partido nunca ficou fora de uma disputa de 2º turno, e nas eleições que tiveram somente o 1º turno, o partido ficou na 2ª colocação, o que mostra que o PT, sempre foi uma legenda que costuma entrar com força nas eleições presidenciais.

Jair Bolsonaro buscou focar na campanha pela internet, principalmente porque o candidato não tinha muitos recursos do fundo partidário, além de poucos segundos de tempo de TV, na propaganda eleitoral. O uso das redes sociais na campanha de Bolsonaro, ajudou a impulsionar a sua candidatura.

Já Fernando Haddad, surpreendeu por ter passado para o segundo turno. Primeiro, pelo fato da sua candidatura ter sido oficializada no dia 11 de setembro, ou seja, já faltava menos de um mês para a votação do 1º turno. E segundo, por ter crescido durante a campanha e por ter tomado a segunda colocação de Ciro Gomes (PDT) nas pesquisas eleitorais.

Essa eleição não teve nenhum debate presidencial, na disputa 2º turno. Foi a primeira vez, na história da redemocratização, que não houveram debates eleitorais em uma disputa de 2º turno. O motivo de não ter tido os debates, foi por decisão de Jair Bolsonaro, que optou por não comparecer aos debates eleitorais, por alegar que não teria condições físicas de participar de um debate, embora clinicamente tivesse sido liberado pelos médicos.

No segundo Turno, Jair Bolsonaro venceu com 55,13%, derrotando Fernando Haddad, que teve 44,87% dos votos. Bolsonaro venceu em 15 estados e no Distrito Federal (vencendo em todos os estados de 3 das 5 regiões do Brasil), enquanto Haddad venceu em 11 Estados (venceu em todos os estados da região Nordeste, e virou no estado do Tocantins, onde havia perdido no primeiro turno). Apesar da derrota, o resultado do Haddad no Nordeste, confirmou uma tendência, que se repete desde 2006, que é o fato do PT ganhar em todos os estados da região, em uma disputa de 2º turno. Nas imagens abaixo, mostram o mapa de distribuição geográfica do resultado do segundo turno e a tabela com o resultado da votação.




Com o resultado, Jair Bolsonaro se tornou o primeiro membro das Forças Armadas, desde o fim da ditadura miliar, a ser eleito presidente do Brasil. A ultima vez que o Brasil teve um militar à frente do cargo de presidente da república, foi o General João Baptista Figueiredo, que governou o país entre 1979 a 1985 sendo o último presidente do período que em ocorreu a ditadura militar, que havia começado em 1964, e teve o seu término, no ano de 1985, período em que houve a redemocratização do Brasil.

Fatores como o discurso da antipolítica, a incorporação das pautas do conservadorismo, o antipetismo e as campanhas nas redes sociais, foram cruciais para que Jair Bolsonaro levasse a eleição contra o Haddad.

Essa eleição foi marcada pela tendência de escolha de candidatos que não tinham experiência na política partidária. Nesse contexto, alguns candidatos, como Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais; Wilson Witzel (PSC), no Rio de Janeiro; Comandante Moisés (PSL), em Santa Catarina, se elegeram governadores nos respectivos estados, que foram citados acima. Algo que é comum a todos eles, foi o fato de terem vindo de carreiras que não eram da política partidária, como é o caso do Zema, que é empresário; do Witzel, que foi juiz federal por 20 anos; e do Comandante Moisés, que é militar do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. E outro fator que podem ter elegido eles, foi o fato desses três candidatos terem declarado apoio ao Bolsonaro, que acabou sendo uma espécie de puxador de votos para as respectivas candidaturas.

Ao mesmo tempo, a eleição causou mudanças na composição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Na Câmara, houve uma grande renovação, sendo a maior nos últimos 20 anos. Dos 513 deputados, 243 haviam sido eleitos para um primeiro mandato, o que representa cerca de 47% de novos deputados [16]. Já no Senado Federal, dos 54 senadores que foram eleitos, apenas 8 conseguiram se reeleger. Nomes como Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Cristovam Buarque (PPS-DF), Edison Lobão (MDB-MA), Magno Malta (PR-ES), entre outros, são alguns dos exemplos de senadores, que tentaram a reeleição e não tiveram sucesso no pleito [17].

Apesar da vitória de Jair Bolsonaro, a sua candidatura é alvo de quatro processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por suspeita de irregularidades na campanha de 2018. A acusação é de que a chapa Bolsonaro-Mourão teria utilizado as redes sociais, para fazer disparos em massa de fake news [18]. Caso a maioria dos ministros do TSE, votem pela cassação da chapa, a candidatura será cassada, por abuso de poder econômico e por uso indevido dos meios de comunicação, e existe a possibilidade, do Bolsonaro ficar inelegível por 8 anos, que poderia inviabilizar a sua candidatura a reeleição em 2022.

Assim, Bolsonaro assumiu o mandato em 2019, e tem previsão de termino de mandato em 2022, podendo se candidatar a reeleição no próximo ano.

Nos parágrafos abaixo, estão disponíveis os links em que foram feitos as pesquisas das notícias que serviram de fundamentação para os textos e que estão marcados como nota de rodapé e a imagem abaixo, com os demais links em que foram feito as pesquisas.

[1]. https://g1.globo.com/politica/noticia/por-4-votos-a-3-tse-rejeita-cassacao-da-chapa-dilma-temer-na-eleicao-de-2014.ghtml;

[2]. http://g1.globo.com/politica/posse-de-dilma/segundo-mandato/os-discursos-das-posses.html;

[3]. http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/02/eduardo-cunha-e-eleito-presidente-da-camara-dos-deputados.html;

[4]. http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/07/delator-relata-pedido-de-propina-de-cunha-que-o-desafia-provar.html;

[5]. http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/eduardo-cunha-anuncia-rompimento-politico-com-o-governo-dilma.html;

[6]. http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/tcu-recomenda-ao-congresso-reprovar-contas-do-governo-de-2014.html;

[7]. http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/juristas-e-oposicao-entregam-novo-pedido-de-impeachment-de-dilma.html;

[8]. http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/04/camara-aprova-prosseguimento-do-processo-de-impeachment-no-senado.html;

[9]. https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/12/senado-abre-processo-de-impeachment-contra-dilma-rousseff;

[10]. http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/08/senado-aprova-impeachment-dilma-perde-mandato-e-temer-assume.html;

[11]. http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/09/camara-cassa-mandato-de-eduardo-cunha-por-450-votos-10.html;

[12]. https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/05/17/dono-da-jbs-afirma-que-temer-deu-aval-a-compra-de-silencio-de-cunha-diz-o-globo.htm;

[13]. https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-e-condenado-na-lava-jato-no-caso-do-triplex.ghtml;

[14]. https://g1.globo.com/politica/noticia/julgamento-recurso-de-lula-no-trf-4-decisao-desembargadores-da-8-turma.ghtml;

[15]. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/lula-se-entrega-a-pf-para-cumprir-pena-por-corrupcao-e-lavagem-de-dinheiro.ghtml?_ga=2.69960784.1105593569.1615205471-bc9ebea5-270b-d461-0ca2-19043ea315ec;

[16]. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/09/camara-dos-deputados-passa-pela-maior-mudanca-dos-ultimos-20-anos.ghtml;

[17]. https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/eleicao-em-numeros/noticia/2018/10/08/3-em-cada-4-senadores-que-tentaram-novo-mandato-perderam-a-eleicao-em-2018.ghtml;

[18]. https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/tse-quer-acesso-a-novas-informacoes-que-podem-resultar-na-cassacao-da-chapa-bolsonaro-mourao/;




Dados estatísticos da população Brasileira - Censo 2022

Após um longo tempo, a página está voltando a divulgar as postagens desse blog. Espero que você que esteja lendo essa e outras matérias, est...